Esse é um "post-resposta" ao meu camarada Mauro, com um curta francês muito legal de 1976 que ele me passou, que foi utilizado recentemente pelo Snow Patrol para o clipe lindo da "Open Your Eyes".
C´etait un rendez vous - 1976
Snow Patrol - Open Your Eyes
quarta-feira, 16 de maio de 2007
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Bobo, feio e chato
O título do post sintetiza Homem-Aranha III.
Se os dois primeiros filmes foram bem legais e divertidos - embora não cheguem nem aos pés da trilogia de X-Men - esse terceiro joga tudo no esgoto de Manhattan e dá descarrga.
O filme tinha potencial para ser foda: Venom é um dos antagonistas mais legais da Marvel, a Gwen Satcy estaria lá (e quem sabe até poderia morrer no filme!) e os efeitos pareciam legais.
É uma pena que o resultado tenha sido diferente.
O que mais me emputeceu com o filme foi a maneira tosca em que o Venom foi desenvolvido. É constrangedora a forma em que o simbionte atua em Peter Parker, dando margem a todo tipo de situação engraçada que falha miseravelmente em me fazer rir (como a detestável cena da dança no bar) . Isso, sem contar no visual emo.
A inspiração The Used/My Chemical Romance para a estética do Aranha é absolutamente questionável, e talvez a única coisa divertida relacionada a esse filme seja o inconsciente coletivo atuando nas salas de cinema ao redor do mundo, com gritos de "Emo! Emo! Emo!" sempre que Peter Parker dava uma ajeitada na sua franja ou se olhava no espelho.
Que o Homem de Areia (ou será Homem-Areia? Tanto faz) está no fim da fila dos personagens secundários interessantes, é fato. Porém, além de ser utilizado no filme, o que por si só já é um ponto negativo (embora verdade seja dita: ele fazendo a linha "nuvem de fumaça pós-World Trade Center" tenha sido bem feito), ele como o verdadeiro asassino do Tio Ben destroi completamente a lógica dos "grandes poderes trazerem grandes responsabilidades". Se o roteirista entende alguma coisa de super-heróis - e não me parece que entende - definitivamente faltou competência.
Finalmente, a trama toda do Duende Verde, Duende Macabro e afins é um saco, especialmente com a atuação daquele playboy ruim de serviço (um destaque trágico na cena de comédia romântica do boy e da Mary Jane preparando um omelete na cozinha).
Se Homem-Aranha III fosse um filme de duração razoável, ainda poderia dar um desconto, e tentar extrair alguma coisa bacana.
Não.
Ele é enorme. É interminável. Nunca acaba. É um sacrifício ficar na sala até o final, especialmente levando em conta que a única coisa que prestou nessa escolha infeliz de filme - o trailer de Piratas do Caribe: Até o Fim do Mundo - aconteceu muito antes do Aranha aparecer na tela.
Se os dois primeiros filmes foram bem legais e divertidos - embora não cheguem nem aos pés da trilogia de X-Men - esse terceiro joga tudo no esgoto de Manhattan e dá descarrga.
O filme tinha potencial para ser foda: Venom é um dos antagonistas mais legais da Marvel, a Gwen Satcy estaria lá (e quem sabe até poderia morrer no filme!) e os efeitos pareciam legais.
É uma pena que o resultado tenha sido diferente.
O que mais me emputeceu com o filme foi a maneira tosca em que o Venom foi desenvolvido. É constrangedora a forma em que o simbionte atua em Peter Parker, dando margem a todo tipo de situação engraçada que falha miseravelmente em me fazer rir (como a detestável cena da dança no bar) . Isso, sem contar no visual emo.
A inspiração The Used/My Chemical Romance para a estética do Aranha é absolutamente questionável, e talvez a única coisa divertida relacionada a esse filme seja o inconsciente coletivo atuando nas salas de cinema ao redor do mundo, com gritos de "Emo! Emo! Emo!" sempre que Peter Parker dava uma ajeitada na sua franja ou se olhava no espelho.
Que o Homem de Areia (ou será Homem-Areia? Tanto faz) está no fim da fila dos personagens secundários interessantes, é fato. Porém, além de ser utilizado no filme, o que por si só já é um ponto negativo (embora verdade seja dita: ele fazendo a linha "nuvem de fumaça pós-World Trade Center" tenha sido bem feito), ele como o verdadeiro asassino do Tio Ben destroi completamente a lógica dos "grandes poderes trazerem grandes responsabilidades". Se o roteirista entende alguma coisa de super-heróis - e não me parece que entende - definitivamente faltou competência.
Finalmente, a trama toda do Duende Verde, Duende Macabro e afins é um saco, especialmente com a atuação daquele playboy ruim de serviço (um destaque trágico na cena de comédia romântica do boy e da Mary Jane preparando um omelete na cozinha).
Se Homem-Aranha III fosse um filme de duração razoável, ainda poderia dar um desconto, e tentar extrair alguma coisa bacana.
Não.
Ele é enorme. É interminável. Nunca acaba. É um sacrifício ficar na sala até o final, especialmente levando em conta que a única coisa que prestou nessa escolha infeliz de filme - o trailer de Piratas do Caribe: Até o Fim do Mundo - aconteceu muito antes do Aranha aparecer na tela.
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Eu só posso acreditar em um deus que saiba dançar
Só a produção de O Cheiro do Ralo já merece respeito: sem investimentos, o filme só saiu graças a muita vontade e dedicação de seus produtores, que investiram pouco mais de 300 mil reais para realizar um filme originalmente orçado em 2,5 milhões, mostrando que no cenário mercenário do cinema nacional, onde impera a lógica dos agrados e da esmola federal existe gente habilidosa na arte do foda-se.
É adaptação do romance de Lourenço Mutarelli, quadrinista e escritor que a Editora Devir sempre fortaleceu (como os leitores de GURPS sabem muito bem!), dotado de uma narrativa afiada e um traço único- bem sujo, caricatural e doentio.
O filme trata de Lourenço (pois é - interpretado por Selton Mello, grande responsável pela realização do flilme, a propósito), proprietário de um armazém onde compra todo tipo de objeto de desesperados, junkies, gente sem esperança e infelizes de modo geral.
O tal cheiro que dá nome ao filme vem do banheiro nos fundos do salão onde recebe seus vendedores, e Lourenço sempre explica que não, o fedor não vem dele, e sim do ralo entupido.
O ritmo do filme é ótimo, seguindo a narrativa seca e direta do livro, dividindo-se nos encontros com as pessoas que vêem a procura de grana, a busca do protagonista para ter para si a bunda da atendente de uma lanchonete (e que ilustra esse post) e sua relação metafísica com o ralo, que une tudo num ciclo de sujeira- muito mais metafórica que sensorial, na verdade.
O Cheiro do Ralo é um filme sobre a decadência, a corrupção e a maldade- ainda assim, é um filme de humor negro, com Selton Mello brilhante no papel.
Lourenço é misógeno, cruel e escroto- mas graças a suas tiradas engraçadíssimas, é também apaixonante. É uma história de literatura marginal, com personagens sujos e urbanos, lado a lado com o excelente trabalho do igualmente paulistano Ferréz (ao qual o livro é dedicado, aliás).
A estética do filme é linda, abusando dos galpões, grapixos e lugares abandonados de São Paulo (Aclimação?). Destaque também para Lourenço Mutarelli no papel de capanga de seu personagem-homônimo, e para a trilha sonora, melancólica e muito adequada, que pode ser conferida no site do filme.
É adaptação do romance de Lourenço Mutarelli, quadrinista e escritor que a Editora Devir sempre fortaleceu (como os leitores de GURPS sabem muito bem!), dotado de uma narrativa afiada e um traço único- bem sujo, caricatural e doentio.
O filme trata de Lourenço (pois é - interpretado por Selton Mello, grande responsável pela realização do flilme, a propósito), proprietário de um armazém onde compra todo tipo de objeto de desesperados, junkies, gente sem esperança e infelizes de modo geral.
O tal cheiro que dá nome ao filme vem do banheiro nos fundos do salão onde recebe seus vendedores, e Lourenço sempre explica que não, o fedor não vem dele, e sim do ralo entupido.
O ritmo do filme é ótimo, seguindo a narrativa seca e direta do livro, dividindo-se nos encontros com as pessoas que vêem a procura de grana, a busca do protagonista para ter para si a bunda da atendente de uma lanchonete (e que ilustra esse post) e sua relação metafísica com o ralo, que une tudo num ciclo de sujeira- muito mais metafórica que sensorial, na verdade.
O Cheiro do Ralo é um filme sobre a decadência, a corrupção e a maldade- ainda assim, é um filme de humor negro, com Selton Mello brilhante no papel.
Lourenço é misógeno, cruel e escroto- mas graças a suas tiradas engraçadíssimas, é também apaixonante. É uma história de literatura marginal, com personagens sujos e urbanos, lado a lado com o excelente trabalho do igualmente paulistano Ferréz (ao qual o livro é dedicado, aliás).
A estética do filme é linda, abusando dos galpões, grapixos e lugares abandonados de São Paulo (Aclimação?). Destaque também para Lourenço Mutarelli no papel de capanga de seu personagem-homônimo, e para a trilha sonora, melancólica e muito adequada, que pode ser conferida no site do filme.
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