quinta-feira, 29 de março de 2007

All Stars!




O selo All Star foi criado pela DC no fim de 2005 como uma resposta ao Ultimate Marvel. Tentativa louvável, que até agora teve sob seu escudo All Star Superman e All Star Batman and Robin the Wonder Boy (com promessas de um All Star Green Lantern, All Star Batgirl e All Star Wonder Woman a caminho), e que a Panini trouxe no início do ano para o Brasil.

A idéia da linha é publicar histórias dos principais ícones da DC (ou aqueles com um apelo considerável de vendas, como a escolha esquisita da Batgirl) feitas por roteiristas e desenhistas consagrados.

Grandes Astros Superman ficou a cargo de Grant Morrisson e Frank Quitely, ótimos parceiros de outras histórias (como a excelente graphic novel JLA: Earth 2, que saiu na Superman #1 no formato de 9,90 pela nada saudosa Abril, e que perdi a alguns anos).

Sou muito fã do trabalho do Grant Morrisson, The Invisibles é uma das coisas mais legais que já li, e mesmo onde ele não é genial - como na fase capitaneando os X-Men- o cara ainda consegue ser muito bom.

Na Grande Astros Superman Morrisson está brilhante, talvez até mesmo melhor que em Invisibles, pelo peso do personagem e responsabilidade atrelada ao projeto. O mito do Superman como semi-deus - coisa que Grant Morrisson entende muito bem, por ser freak de mitologias e adepto da chaos magick - é muito bem trabalhado. Chega a lembrar um pouco a abordagem de Neil Gaiman em Sandman, na relação entre os deuses e os homens, mas com as referências pedantes e enciclopédicas substituídas por diálogos excelentes, narrativa ágil e uma sensibilidade bacana para o relacionamento entre o Super e Lois.

Grant Morrisson consegue inserir até suas pirações junkies na história, de maneira muito divertida, como o diálogo impagável entre Lois Lane (chapada de "compostos alienígenas sintetizados") e uma alucinação de um Superman do futuro, que pergunta a Lois sobre um grande enigma: "Quem era J.Lo?".

Por tudo isso, foi mais que merecido o Eisner de melhor série nova de 2006 (a Panini podia ter feito um marketing em cima disso, aliás).

Grandes Astros Batman & Robin, executado por Frank Miller e Jim Lee pode ter uma escalação (ainda) mais pesada, mas o trabalho me decepcionou um pouco.

Violência, thugs, prostitutas, policiais corruptos, clima sombrio: é disso que Frank Miller sabe escrever bem, e não acredito que deva fazer diferente. Mas é preocupante como seu Grandes Astros parece uma extensão de seu trabalho em Sin City. Todo mundo é filho da puta, e o Batman (ou o "maldito Batman!" como ele explica ser para o futuro Robin) parece ser o maior de todos: sequesta Dick Grayson logo depois da morte de seus pais, bate no garoto, tortura ele e o prende na Batcaverna para se alimentar de ratos e morcegos. Isso quando não está surrando ou atropelando policiais corruptos, e sorrindo bastante com isso. Batman como um psicopata é uma releitura válida, mas na minha visão, foge da proposta do título. É verdade que podemos dar a missão de Frank Miller frente ao Batman cumprida, depois de The Dark Knight Returns e Year One, mas estou sentindo falta das histórias boas de verdade por aqui.

Além disso, os desenhos esparrentos e exagerados do Jim Lee não me agradam. Se quero ter boas recordações dos anos 90, prefiro ouvir Nirvana.

Ainda assim, a narrativa é ótima, e mesmo sendo um Frank Miller pouco inspirado, ainda é melhor que boa parte dos quadrinhos que compõem os os mixes mensais da Panini. Vou continuar acompanhando, com esperanças de melhora.

Um comentário:

Unknown disse...

garrell ótimo seu blog
muita cultura nerd prum site só
isso não pode!!!
daqui a pouco os nerds vão querer boicotar
cuidado esse povo é muito imprevisivel
abraçossss