quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Diário

Tenho um problema com Chuck Palahniuk.

Adoro seus personagens, mas odeio sua narrativa. Não devia comprar os livros, são chatos. Mas ainda assim, eu compro. Provavelmente algum tipo de feitiçaria africana prensada no rolo de filme de "Clube da Luta" (aliás, não canso de falar que o filme é muito melhor que o livro. Suma daqui com seu ritmo chato, Chuck.)

E sempre os personagens são estranhos e pertubadores. Claro, como não poderia deixar de ser, cativantes. A trama até começa bem, trapaceira. Os capítulos avançam como se você estivesse lendo um livro realmente bom e divertido, até que a fonte seca, e Chuck estraga tudo: a história perde o compasso. Tudo para de fazer sentido não de uma maneira agradavelmente doentia, como se você estivesse chapado e feliz, mas sim como se o livro fosse uma cidade de Lego que Chuck, o meninão, decidiu despedaçar e espalhar em pedacinhos pelo quarto. Ou talvez, além da coesão que desaparece, some também a noção de timming do autor, o livro não consegue acabar. Me lembro de como me arrastei para terminar "Cantiga de Ninar".

De qualquer forma, fui enfeitiçado e comprei "Diário", o mais novo lançamento do autor no Brasil. Famílias desagregadas, artistas suicidas em coma, conspirações e ilhas decadentes, universo perfeito para Chuck.

Mal comecei e o livro já está um saco, mas de uma maneira bizarra, estou gostando.

Um comentário:

Unknown disse...

sei muito bem como é essa coisa de gostar de uma maneira bizarra... com certeza parece que alguém fez macumba!!!